Author(s):
Sousa, Eva Carvalho de
Date: 2013
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10316/25363
Origin: Estudo Geral - Universidade de Coimbra
Subject(s): Ecotoxicologia; Mercúrio; Contaminação; Moluscos; Gastrópodes
Description
Foram avaliados os efeitos da contaminação de mercúrio na estrutura e dinâmica
populacional do gastrópode Peringia ulvae (também conhecida como Hydrobia ulvae) e o seu
impacto na cadeia trófica, ao longo de um gradiente de mercúrio, na Ria de Aveiro (Portugal). O
gastrópode revelou ser uma espécie tolerante ao contaminante, pois os valores de densidade,
biomassa e produção secundária mais elevados foram registados na zona de contaminação
intermédia, seguidos da menos contaminada e por fim da zona mais contaminada. P. ulvae foi, no
entanto, negativamente afectada pela contaminação de mercúrio, pois teve o seu crescimento e
tempos de vida reduzidos devido à contaminação. Assim, a área mais contaminada foi caracterizada
principalmente pela presença de juvenis e indivíduos jovens. A zona de contaminação intermédia
mostrou um maior equilíbrio em termos de proporção de grupos etários, com uma dominância por
parte dos adultos. A zona menos contaminada apresentou valores intermédios. Os tempos de vida de
Peringia ulvae foram mais reduzidos na zona mais contaminada (7 e 8 meses), seguidos da área
menos contaminada (10 e 11 meses) e por fim da zona de contaminação intermédia (11 e 14
meses).P. ulvae, apesar de não ser considerada um bom bio-indicador para a contaminação de
mercúrio, visto a população não ter sofrido alterações profundas na sua estrutura e funcionamento,
poderá ter um papel crucial nos processos de biomagnificação ao longo da cadeia trófica. The effects of mercury contamination on the population structure and dynamics of the
gastropod Peringia ulvae (also known as Hydrobia ulvae) and its impact on the trophic web were
assessed along a mercury gradient in Ria de Aveiro (Portugal). The gastropod was revealed to be a
tolerant species to the contaminant, since the highest densities, biomasses and growth productivity
values were recorded at the intermediate contaminated area followed by the most contaminated one
and finally the least contaminated area. P. ulvae was however negatively affected by mercury in
terms of growth and life span. So, in the most contaminated area the population was characterised
mainly by the presence of juveniles and young individuals. The intermediate contaminated area
showed a greater equilibrium in terms of groups’ proportion, being the adults the dominant set. The
least contaminated area presented intermediate values. P. ulvae life spans were shortest in the most
contaminated area (7/8 months), followed by the least contaminated area (10/11 months) and
finally, the intermediate one (11/14 months). P. ulvae, despite being revealed not to be a good bioindicator
of mercury contamination, since it did not suffer profound modifications in its structure
and functioning, may be a crucial element in the mercury biomagnification processes throughout the
food web. Dissertação de mestrado em Biologia apresentada ao Departamento Ciências da Vida da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra.