Autor(es):
Carvalho, Diana Cristina Pais
Data: 2012
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10316/25152
Origem: Estudo Geral - Universidade de Coimbra
Assunto(s): Transplantação renal; Rejeição crónica; Tolerância; Biomarcadores
Descrição
A transplantação é a terapia de eleição para doentes com insuficiência renal
crónica terminal. Desde o nascimento da área da transplantação de órgãos, o progresso
das técnicas cirúrgicas e a introdução de novos agentes imunossupressores têm
conduzido ao aumento da sobrevivência do enxerto a curto prazo.
Contudo, este aumento dos resultados das taxas de sobrevivência do enxerto a
curto prazo não tem sido acompanhado com o aumento dos resultados a longo prazo. E
a acompanhar a perda tardia do enxerto estão as complicações associadas a uma terapia
imunossupressora contínua.
Hoje em dia, a monitorização funcional dos enxertos renais é feita pela
determinação da creatinina sanguínea, cujas variações não serão específicas da rejeição,
e pela análise da biópsia renal, sendo este um procedimento invasivo.
Portanto, o desenvolvimento de ensaios não invasivos, que detectem
biomarcadores moleculares de rejeição, pode revolucionar a monitorização dos
receptores de transplantes, pela identificação de um perfil de pré-rejeição que permita a
intervenção atempada antes da disfunção do enxerto estar instalada.
O objectivo deste trabalho foi fazer uma avaliação genética, genómica, celular e
humoral de doentes transplantados com função renal estável há mais de dez anos e
transplantados aos quais foi diagnosticada rejeição/ disfunção crónica do enxerto. De
forma, a encontrar algum aspecto diferencial entre os grupos, que pudesse constituir um
potencial alvo de estudo, com o intuito de monitorizar a evolução do transplante sem
recorrer a técnicas invasivas e, acima de tudo, avaliar o impacto dessas características
na longevidade do enxerto.
Ao nível de incompatibilidades HLA os grupos de estudo não apresentaram diferenças, assim como, no perfil farmacogenético.
Foram observadas diferenças entre os grupos, nomeadamente, na presença de
anticorpos anti-HLA, na análise da expressão génica em células do sedimento urinário,
em células do sangue periférico e em subpopulações celulares.
As diferenças encontradas tendem a ser indiciadoras de algum grau de tolerância
nos transplantados com função renal estável há mais de dez anos, tendo em atenção que
estes doentes continuam a realizar uma terapêutica imunossupressora. Transplantation is the therapy of choice for patients with end-stage renal failure.
Since the birth of the field of organ transplantation, progresses in surgical techniques
and introduction of new immunosuppressive agents have resulted in sustained
improvements in the short-term outcomes of organ transplantation.
However, this improved of outcomes in short-term graft survival rates have not
been accompanied with increased long-term outcomes. And to accompany the late loss
of graft complications are associated with a continuous immunosuppressive therapy.
Today, the monitoring function of renal grafts is done by determining the blood
creatinine, whose variations are not specific for rejection, and the analysis of renal
biopsy, which is an invasive procedure.
Therefore, the development of noninvasive tests which detect molecular
biomarkers of rejection, may lead an overturn in the monitoring of transplant recipients,
by the identification of a pre-rejection profile allowing early intervention before the
graft dysfunction is installed.
The aim of this study was to evaluate genetic, genomic, cellular and humoral
patients with stable renal function for over ten years and who have been diagnosed
transplant rejection/chronic graft dysfunction. In order to find some difference between
the groups, which could be a potential target of study, in order to monitor the progress
of the transplant without resorting to invasive techniques and, above all, evaluate the
impact of these characteristics on graft survival.
At the level of HLA mismatches study groups showed no differences, as well as
the pharmacogenetic profile.
Differences were observed between the groups, in particular in the presence of
anti-HLA antibodies, the analysis of gene expression in cells of urinary sediment, in
peripheral blood cells and lymphocyte subsets.
The differences founded tend to be indicative of some degree of tolerance in
patients with stable renal function for more than ten years, it is important refers that
these patients continue to perform an immunosuppressive therapy. Dissertação de mestrado em Bioquímica, apresentada ao Departamento Ciências da Vida da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra