Autor(es):
Oliveira, Ana Sofia Confraria
Data: 2013
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10316/24729
Origem: Estudo Geral - Universidade de Coimbra
Descrição
O conflito na região do Delta do Níger na Nigéria mantém-se desde a independência do país em 1960. A descoberta de enormes jazidas de petróleo na região veio intensificar o conflito, tornando-o cada vez mais violento, mas também bastante lucrativo para o Estado e para as multinacionais petrolíferas que o exploram. A ideia que emerge de toda a literatura sobre o assunto sugere que a Nigéria é extremamente dependente das receitas provenientes do petróleo, é um país assolado pela corrupção e pelas práticas de clientelismo. Através da análise de fatos relatados por organizações internacionais e por organizações não-governamentais, foi possível observar que em relação às reivindicações da população do Delta do Níger, a posição do Estado durante todo os anos em que o país viveu sob um regime militar foi de repressão, tendo-se esta prática mantido depois de 1999, quando a Nigéria passou a ser regido por um regime civil. Apesar de terem sido registadas algumas alterações na posição do Estado em relação ao conflito no Delta do Níger, e nas medidas tomadas pelas multinacionais petrolíferas para tentar resolver o conflito, estas não se têm mostrado capazes. Como parte de um corpo de análise relativamente à importância do petróleo para a Nigéria e o seu papel no conflito do Delta do Níger, este estudo pretende ser uma análise mais profunda da situação do país. As conclusões do estudo indicam que a perpetuação do conflito se deve sobretudo à centralização de recursos e ao domínio de uma elite extremamente corrupta que governa e que controla a riqueza e o poder no país. Dissertação de mestrado em Relações Internacionais (Estudos da Paz e da Segurança), apresentada à Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra , sob a orientação de Carmen Amado Mendes.