Author(s):
Oliveira, Joana Rafaela Fernandes de
Date: 2013
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10316/24400
Origin: Estudo Geral - Universidade de Coimbra
Subject(s): Portas, Nuno, 1934-, obra; Arquitectura, Portugal
Description
POLÍTICAS DE AUTOR, POLÍTICAS SOCIAIS
Nuno Portas e o papel do arquitecto em Portugal
É em períodos de crise que a crítica aparece mais vincada e mais frontal, como
forma de interrogação sobre dúvidas que se levantam. Por estar ligada à construção
material do mundo, a Arquitectura é das primeiras áreas do pensamento e das artes a
assinalar esses momentos. Por outro lado, procura também outras afirmações para refutar
o que tinha sido feito até então. Na segunda metade do século XX, entre o rescaldo do fim
dos CIAM (Congresso Internacional de Arquitectura Moderna) e o aparecimento de vias
críticas europeias muito fortes (nomeadamente, em Inglaterra e Itália), surge a
necessidade de reinterpretar e rever o Movimento Moderno. Nuno Portas foi, em Portugal,
umas das pedras basilares para a construção dessa outra via: uma arquitectura moderna
construída com uma forte significação contemporânea e social.
Numa altura em que a ditadura salazarista deixou de exercer tanto poder na
expressão de um estilo de construção, e após o Congresso Nacional de Arquitectos de
1948, os dois maiores pólos de ensino e debate da profissão - Lisboa e Porto - unem-se
no Inquérito à Arquitectura Regional Portuguesa. É neste cenário que a crítica de
arquitectura ganhou o seu verdadeiro âmago na figura de Nuno Portas e da revista
Arquitectura, fundamental na discussão do Movimento Moderno em Portugal. Com os
seus textos e entrevistas publicados nas mais variadas revistas nacionais e internacionais
da especialidade, mostrou projectos de arquitectos emergentes como Álvaro Siza, Manuel
Tainha, Vítor Figueiredo e Nuno Teotónio Pereira. O seu artigo, A responsabilidade de
uma novíssima geração no Movimento Moderno em Portugal, foi o mote que deu início à
internacionalização da arquitectura nacional. No entanto, Nuno Portas vive o paradoxo de
defender esses profissionais enquanto autores, e a convicção de que o arquitecto tem
acima de tudo uma função social. Ou seja, está ao serviço da comunidade revogando
qualquer tipo de vedetismo.
PALAVRAS-CHAVE: Nuno Portas, crítica, políticas de autor, políticas sociais,
internacionalização da arquitectura portuguesa. Dissertação de Mestrado Integrado em Arquitectura, apresentada ao Departamento de Arquitectura da F. C. T. da Univ. de Coimbra.