Autor(es):
Duarte, Cláudia Margarida Gouveia
Data: 2011
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10316/17545
Origem: Estudo Geral - Universidade de Coimbra
Descrição
As propriedades físicas das soluções de ácidos poliacrílicos são extremamente
dependentes do grau de ionização dos polímeros. Quando a pH alto, este tipo de
polímero pode formar géis transparentes, que são substituídos por soluções de baixa
viscosidade e opacas a baixo pH. Pretende-se com este estudo um entendimento deste
fenómeno, alargado também a derivados de ácidos poliacrílicos, bem como garantir a
formação de géis em toda a gama de pH. O estudo revelou que quando o pH é
suficientemente alto, os grupos carboxílicos do polímero estão praticamente todos
ionizados e o polímero está, dessa forma, carregado. A repulsão entre os grupos
carregados, devido à entropia dos contraiões, aumenta a rigidez e promove a expansão
do polímero, dando origem a sistemas viscoelásticos ou géis, com turbidez reduzida.
O estudo centrou-se particularmente num tipo de ácido poliacrílico modificado
hidrofobicamente: HM-PAA, usado na indústria para aplicações cosméticas. A
impossibilidade de usar presentemente este polímero a pH baixo, potenciou este estudo
na tentativa de possibilitar esse uso, em estreita colaboração com a empresa fabricante
do polímero.O grau de expansão das cadeias de polímero e a gelação foram monitorados
essencialmente por reologia, enquanto que a informação sobre o grau de ionização foi
obtida por potenciometria.
Verificou-se que os polímeros estudados apresentam um aumento de viscosidade
assinalável até 8 ordens de grandeza a partir de pH 6.4, que corresponde ao valor de
pKa encontrado pelos estudos de potenciometria. A turbidez e baixa viscosidade abaixo
deste valor é devido ao aumento de hidrofobicidade do polímero, que promove
agregação. Foram extraídos parâmetros termodinâmicos para este processo de
ionização de ácidos poliacrílicos A presença de carga ao longo da cadeia dos polímeros é um factor crítico para a
macromolécula poder ser usada como espessante. A possibilidade de uso deste
polímero para esse fim, a baixo pH, está dependente de se conseguir ionizar o
polímero. A adição de tensioactivos aniónicos mostrou ser o método mais eficiente. Os
tensioactivos associam-se ao polímero tanto de uma maneira não cooperativa, através
da ligação de moléculas de tensioactivo individuais, como de uma maneira cooperativa
na forma de micelas, uma vez que o polímero promove a auto-agregação dos
tensioactivos. Esta ligação ao polímero conduz a um complexo polímero-surfactante
altamente carregado e a uma expansão osmótica e consequente aumento de viscosidade.
Os resultados mostram que a ionização promovida por tensioactivos ou por pH
conduz a aproximadamente o mesmo grau de gelação, assegurado pelos valores de
viscosidade muito semelhantes. Verificou-se que os tensioactivos mais hidrofóbicos são
mais eficientes como promotores de gelação
Tipo de Documento
Dissertação de Mestrado
Idioma
Português
Orientador(es)
Lindman, Bjorn; Antunes, Filipe