Descrição
Introdução: O pólen da família das Poaceae (gramíneas) é uma das principais fontes de aeroalergénios no mundo,
particularmente na Europa Mediterrânica. Representa, por isso, um importante factor de risco de asma, rinite e/ou conjuntivite
alérgica e constitui a principal causa de polinose em Portugal. Objectivo: Analisar a variação intradiária das
concentrações de pólen de gramíneas na atmosfera das 5 estações de monitorização continentais da Rede Portuguesa
de Aerobiologia (RPA): Porto, Coimbra, Lisboa, Évora e Portimão. Métodos: Neste estudo utilizaram -se os dados diários
e horários das monitorizações de pólen de gramíneas das cinco estações de monitorização continentais da RPA, ao
longo de 7 anos (2002 -2008). Resultados: Entre as localidades encontraram -se diferenças significativas, em termos de
Estudo da variação intradiária das
concentrações de pólen de gramíneas
na atmosfera de Portugal Continental
O pólen atmosférico de gramíneas constitui a
principal causa de rinite, asma, conjuntivite e
eczema nos indivíduos alérgicos ao pólen na
área Mediterrânica1,2, nomeadamente em Portugal3,4.
Dado que o pólen, particularmente o pólen de gramíneas,
é um factor de risco para as doenças alérgicas
respiratórias exercendo um impacto negativo sobre a
qualidade de vida dos indivíduos sensibilizados, é de
particular interesse, quer dos profissionais de saúde,
quer do doente conhecer a sua distribuição intradiária,
ou seja a variação horária das concentrações de pólen
de gramíneas ao longo do dia, de modo a adequar de
forma mais eficaz medidas de evicção e de intervenção
terapêutica.
curvas horárias. O pólen encontrou -se presente na atmosfera durante 24 horas em todas as localidades, e os valores
das concentrações horárias variaram ao longo do dia e de ano para ano. As concentrações mais baixas registaram -se
entre as 22 e as 6 horas e as mais elevadas, entre as 7 e as 21 horas, as quais em Évora ultrapassaram os 30 grãos de
pólen/m3/hora. Em geral, registaram -se 2 picos de concentrações máximas, um de manhã (9 -10 horas) ou à tarde (12 -13
horas) e outro no final da tarde / início da noite (19 -20 horas). Conclusões: O ritmo diurno difere muito de local para
local. Cada localidade tem o seu próprio padrão de variação das concentrações horárias do pólen atmosférico de gramíneas
que se pode dever, quer às diferentes espécies presentes, quer às diferentes condições ambientais. O risco de
exposição variou de localidade para localidade e ao longo do dia, sendo o Porto a localidade onde este é menor, enquanto
Évora apresenta o maior risco.