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Petrofísica e Geoquímica no Complexo Plutónico de Santa Eulália

Author(s): Sant'Ovaia, Helena cv logo 1 ; Nogueira, Pedro cv logo 2 ; Lopes, José Carrilho cv logo 3 ; Dória, Armanda cv logo 4 ; Gomes, Celeste cv logo 5 ; Cruz, Cláudia cv logo 6 ; Noronha, Fernando cv logo 7

Date: 2012

Persistent ID: http://hdl.handle.net/10174/7497

Origin: Repositório Científico da Universidade de Évora

Subject(s): suscetibilidade magnética; geoquímica; granitos


Description
O Complexo Plutónico de Santa Eulália (CPSE) é um corpo granítico calco-alcalino situado na parte norte da Zona da Ossa Morena do maciço Ibérico Varisco. O complexo é considerado tardi-Varisco, uma vez que corta estruturas regionais variscas. O CPSE é um complexo anelar onde podem identificar-se, da periferia para o centro: (i) uma fácies granítica de cor rosa e grão médio a grosseiro (G0) que envolve corpos de composição gabróica a granodiorítica (grupo-M); (ii) uma fácies central de granito cinzento monzonítico de grão médio (G1). Neste trabalho apresentam-se resultados de um estudo que inclui: (i) anisotropia da susceptibilidade magnética (ASM); (ii) magnetização remanescente isotérmica (MRI); (iii) geoquímica isotópica (Nd e O); (iv) orientação dos planos de inclusões fluidas (PIF). Os dados de ASM e MRI suportam o comportamento magnético distinto das duas fácies: G0 com suscetibilidade >10-3 SI e MRI1T=2042.1 mA/m, é controlado por uma fração ferrimagnética (magnetite ou titanomagnetite); G1 com suscetibilidade <10-4 SI e MRI1T=22.8 mA/m, apresenta um comportamento paramagnético decorrente da presença de biotite, embora as curvas de MRI revelem também uma fração antiferromagnética. A anisotropia magnética é >5% no granito G0 e <3% no granito central G1. A elevada anisotropia de G0 é justificada pela presença de magnetite mas as observações petrográficas indicaram microestruturas indicativas de deformação pós-magmática. As foliações magnéticas são subverticais e com direcção ENE-WSW em G0 e G1. As lineações magnéticas são subverticais na fácies G0 e mergulham moderadamente para SE na fácies G1. Em termos geoquímicos os granitos G0 representam líquidos magmáticos mais evoluídos (>SiO2 e <MgO, % peso) do que os materializados pelos granitos G1. Assumindo uma idade de 290 Ma para o CPSE, os dados isotópicos de Nd revelam valores compatíveis com uma origem mantélica para a fácies gabróica menos evoluída do grupo M (ɛNd290=+1.7). O intervalo definido pelo grupo M (-4.0<ɛNd290<+1.7) inclui os valores obtidos nos granitos G0 (-2.7<ɛNd290<-1.9), divergindo dos resultados revelados pelos granitos G1 (-5.9<ɛNd290<-5.7). Estes dados isotópicos sugerem que o CPSE se terá gerado por processos de diferenciação de tipo ACF com contribuições crustais mais significativas no grupo G1 do que no conjunto formado pelas fácies M e G0, situadas na periferia do CPSE. Há uma relação inversa entre os valores da suscetibilidade de G0 e G1 e os valores de δ18O destas fácies, o que está de acordo com o obtido para outros granitos variscos indicando que os granitos da série "magnetite-type” têm valores mais baixos de δ18O relativamente aos “ilmenite-type” que são enriquecidos em δ18O. Os PIF indicam a existência de campos de tensões distintos nas duas fácies, durante os episódios de tectónica tardia, frágil. Estas direções são compatíveis com as estruturas regionais no caso da fácies G0, com direção predominante NW-SE e com o campo de tensões tardi-varisco, regionalmente com direção NE-SW no caso da fácies G1. O comportamento e fabric magnético e a geoquímica isotópica diferentes refletem processos petrogenéticos distintos assim como diferentes mecanismos de instalação para as duas fácies G0 e G1. Este trabalho é financiado pelo projeto PTDC/CTE-GIX/099447/2008 (FCT-Portugal, COMPETE/FEDER).
Document Type Lecture
Language Portuguese
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