Autor(es):
Antunes, C.M.
; Moreira, José E.
; Caeiro, E.
; R. Ferro
; Coelho, Cátia
; Brandao, R. M.
; Lopes, M.L.
Data: 2012
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10174/7453
Origem: Repositório Científico da Universidade de Évora
Assunto(s): pollen; allergy; south portugal; olea; poaceae; pollinosis
Descrição
Objetivo: O pólen das gramíneas e da oliveira é uma importante fonte de aeroalergenos no Alentejo. Este estudo teve como objetivo estudar a sensibilização a proteínas de Phleum pratense e Olea europea L. em doentes das consultas externas de Imunoalergologia do Hospital do Espírito Santo em Évora (HESE) e correlacionar os sintomas com os conteúdos em pólen e alguns dos seus aeroalergenos, durante o ano de 2011.
Métodos: Monitorizaram-se diariamente as partículas polínicas e os aeroalergenos Phl p 5 e Ole e 1 mediante coletores adequados, ambos colocados na mesma plataforma meteorológica e distanciados um do outro cerca de 1,5 m. Das consultas externas de Imunoalergologia do HESE seleccionaram-se 67 doentes com queixas sazonais de rinite alérgica e asma brônquica, aos quais foram realizados testes cutâneos em Prick, estandardizados, a extratos totais de tipos polínicos identificados na região, incluindo P. pratense e O. europea e aos alergénios Phl p 1 e Phl p 5 e Ole e 1 e Ole e 2. Procedeu-se a uma análise de correlação não-paramétrica de Spearman entre os sintomas registados com as concentrações polínicas e com os aeroalergenos quantificados.
Resultados: Em 2011 os perfis de distribuição temporal dos aeroalergénios e de pólen sobrepuseram-se, existindo uma correlação positiva entre os dois parâmetros. Cerca de 72% dos pacientes revelaram-se sensibilizados a Phl total e 48% a Ole total. Relativamente aos aeroalergenos monitorizados, verificou-se que 48% estavam sensibilizados a Phl p 5 e 33% a Ole e 1. Em Maio registaram-se sintomas de maior severidade em indivíduos sensibilizados às espécies estudadas o que coincidiu com a época de polinização das mesmas, sendo a obstrução nasal e o prurido nasal os sintomas mais prevalentes, evidenciando-se um agravamento significativo com o aumento da concentração polínicas e dos aeroalergénios Phl p 5 e Ole e 1. A análise estatística mostrou uma correlação positiva entre sintomas e conteúdo polínico (r2 = 0.596) e sintomas com aeroalergénios (r2 = 0.816), sendo esta mais significativa para estes últimos.
Conclusão: Estes resultados sugerem que o conteúdo em aeroalergénios constitui um melhor indicador do risco de desenvolvimento de sintomas de alergia. A monitorização dos aeroalergénios, a par da monitorização do pólen em ar exterior, poderá assim contribuir para o desenvolvimento de estratégias mais eficazes para melhorar a prevenção da doença alérgica sazonal.