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Artesanato e Design para a Sustentabilidade: Um novo paradigma do Século XXI

Autor(es): Secca Ruivo, Inês cv logo 1

Data: 2011

Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10174/4517

Origem: Repositório Científico da Universidade de Évora

Assunto(s): Design para a Sustentabilidade


Descrição
Não obstante a evolução desde o final dos anos noventa do conceito e dos procedimentos inerentes à noção de Design para a Sustentabilidade, na origem, o seu produto ou serviço visa ser aquele que, promovendo o desenvolvimento dos países/regiões subdesenvolvidos ou vias de desenvolvimento, se revela capaz de suprir as necessidades individuais e sociais do ser humano sem esgotar os recursos naturais disponíveis, sem danificar a biodiversidade e a capacidade de regeneração da natureza e sem comprometer, com as estratégias do presente, a qualidade de vida (ambiental, social e económica) das gerações futuras; numa perspectiva de consequências locais/regionais, nacionais e globais. Sendo o Artesanato e o seu contexto ancestral um compilador natural dos pressupostos inerentes ao conceito atrás definido, desde o início da delimitação da proposta que se apresenta para a comunidade académica como um potencial gerador de processos exploratórios de Investigação e Desenvolvimento (I&D) de projectos de design sustentável. Portugal, desde 2005, não é excepção a essa tendência. Para além dos factores económicos e ambientais, já amplamente explorados pela dimensão prospectiva e comercial de investidas sustentáveis emergentes, interessa-nos neste artigo, sobretudo, a dimensão social, cultural e humanizada do artesanato tradicional como gerador de resultados sensíveis à própria natureza sensitiva e cultural do ser humano. Essa dimensão integradora, não sendo devidamente compreendida pelo designer, poderá não só comprometer a tentativa de operacionalização do real conceito de sustentabilidade, como também, levar ao gradual esbatimento da diferença de interpretação dos significados inerentes a termos como “artesão” e “executante”, “identidade” e “tendência”, ou “ancestral” e “efémero”. No centro da razão de existência do Design ou do Artesanato encontra-se, basilarmente, o utilizador. O individuo que através do usufruto das produções criativas e técnicas de um e/ou de outro experiencia, para além da função do objecto, a vivência pessoalizada de sensações, emoções ou memória. Nesse domínio mais íntimo da relação do ser com a matéria transformada em equipamento utilitário, a casa representa o lugar primordial de recolhimento. E é precisamente na visitação da casa como lugar ocupado pela identidade ancestral de artefactos manufacturados que centraremos a equação das questões supracitadas. Na perspectiva da autora, o questionamento em torno desta temática, não só se afigura como importante para o gradual entendimento da dimensão humanizada do design para a sustentabilidade como também, e sobretudo, como contributo para a identificação de potenciais factores distintivos promotores de um crescente reconhecimento do artesanato tradicional pelo público em geral: enquanto entidade privilegiada para a reconquista de experiencias sensíveis, cujas raízes mergulham por um lado na auto-identificação do indivíduo com a arte e com a matéria vivida, mas ao mesmo tempo, no seu auto-reconhecimento como ser partilhante de uma determinada, e insubstituível, identidade cultural.
Tipo de Documento Parte ou capítulo de livro
Idioma Português
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