Author(s):
Alexandre, Nuno
; Machado, Diogo
; Alves, Ricardo
; Costa, Margarida
; Pinho, Leonor
; Bação, Maria
; Branco, Sandra
Date: 2010
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10174/2458
Origin: Repositório Científico da Universidade de Évora
Subject(s): Carcinoma; Glândulas sebáceas; Husky Siberiano; multicêntrico
Description
O carcinoma das glândulas sebáceas é uma neoplasia rara em cães e gatos, mais prevalente em
animais de idade avançada, com o seu pico de ocorrência entre os 9 e os 13 anos de idade em cães.
Pouco se conhece sobre a sua metastização, que é pouco frequente e ocorre sobretudo nos
linfonodos regionais por via linfática.
Apresentou-se à consulta em Outubro de 2009, um canídeo macho, de raça Husky Siberiano, de 10
anos de idade. O estímulo iatrotrópico relacionava-se com a presença de nódulos cutâneos
ulcerados em dois locais distintos com 6 meses de duração. No exame clínico observaram-se dois
nódulos ulcerados aderentes aos tecidos mais profundos, um na cabeça com 3,5 cm de diâmetro e
outro na extremidade do membro posterior esquerdo (MPE) com contornos irregulares, cobrindo a
face dorsal e plantar do pé. O linfonodo poplíteo do MPE apresentava linfoadenomegália.
Uma P.A.A.F. dos nódulos revelou a presença de células com características neoplásicas malignas.
O exame radiológico torácico não revelou quaisquer evidências de proliferação neoplásica
metastática. Ao exame ecográfico abdominal identificou-se uma estrutura ecogénica na zona do
hilo renal, externa ao parênquima renal. Foram realizadas duas intervenções cirúrgicas, a primeira
incluindo a amputação do MPE e a nodulectomia da massa cefálica, e a segunda (laparotomia
exploratória) para investigação das anomalias observadas no exame ecográfico.
Ambas as massas foram caracterizadas histopatologicamente como tumores malignos, de
características concordantes com as de um carcinoma das glândulas sebáceas. Foi observada uma
invasão vascular linfática nos tecidos tumorais do MPE e cabeça, sem infiltração neoplásica do
linfonodo poplíteo. Uma P.A.A.F. intra-operatória identificou a estrutura extrarenal como um
abcesso pararenal.
Até ao presente momento, 8 meses após a terapêutica cirúrgica, não se observaram recidivas locais
ou distantes da neoplasia. Conclui-se pela evolução clínica e investigação histopatológica que a
condição corresponde a um carcinoma das glândulas sebáceas multicêntrico, sem ocorrência de
metástases.