Descrição
As larvas dos sirfídeos são importantes predadores, especialmente, de espécies pertencentes à
ordem Hemiptera. No entanto, os sirfídeos adultos alimentam‐se à base de pólen, néctar e
meladas. Entre as plantas herbáceas espontâneas que habitualmente fazem parte da
cobertura ou das orlas dos agroecossistemas existem várias espécies com potencial para
atraírem sirfídeos e fornecerem alimento. Neste contexto é fundamental esclarecer o efeito
dessas plantas e das meladas nas populações de Episyrphus balteatus (De Geer) (Diptera:
Syrphidae) de modo a maximizar a sua vitalidade. Com este trabalho pretendeu‐se estudar o
efeito de 17 espécies de plantas e de meladas de Saissetia oleae (Oliv.) (Hemiptera: Coccidae)
na longevidade e reservas corporais de E. balteatus. As plantas testadas pertenciam às famílias
Asteraceae, Apiaceae, Boraginaceae, Brassicaceae, Hypericaceae e Malvaceae. Cada espécie
foi colocada à disposição dos indivíduos recém‐emergidos juntamente com água, sendo o
controlo mantido apenas com água. Em cada indivíduo foi quantificado o conteúdo corporal de
glicogénio, lípidos e açúcares. As plantas que originaram maiores longevidades em E. balteatus
foram Malva sylvestris L. (Malvaceae), Foeniculum vulgare L. (Apiaceae), Raphanus
raphanistrum L. e Brassica barrelieri (L.) (Brassicaceae), Anchusa azurea Mill. (Boraginaceae), e
Crepis vesicaria (Asteraceae), bem como as meladas de S. oleae. A acessibilidade dos nectários,
a quantidade de néctar por flor e as diferenças na sua composição podem ter sido os fatores
que mais contribuíram para estes resultados. Em termos de pólen, M. sylvestris foi
provavelmente a única flor com quantidade suficiente para satisfazer as necessidades
nutricionais deste inimigo natural. As meladas de S. oleae mostraram ser outra fonte de açúcar
importante para E. balteatus. Estes recursos, quando combinados, são fundamentais para
aumentar a abundância e eficácia destes auxiliares, visando a limitação natural dos inimigos da
cultura.