Autor(es):
Rodrigues, M.A.
; Ferreira, I.Q.
; Claro, Ana Marília
; Arrobas, Margarida
Data: 2012
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10198/7891
Origem: Biblioteca Digital do IPB
Assunto(s): Sideração; Olival
Descrição
As leguminosas podem obter o N de que necessitam a partir da atmosfera através de uma relação de
simbiose que estabelecem com estirpes específicas de rizóbios. O N contido na sua biomassa pode
posteriormente ser usado por outra cultura após ser mineralizado. Neste trabalho estudou-se a
mineralização de N a partir da biomassa de leguminosas cultivadas num olival de sequeiro. O ensaio
decorreu em Suçães, Mirandela (NE Portugal). Usaram-se quatro tratamentos, designadamente tremoço
branco, uma mistura de leguminosas pratenses, vegetação natural fertilizada com 60 kg N h a -I e
vegetação natural não fertilizada. A biomassa produzida foi destruída com destroçador de correntes e
deixada sobre o solo como mulching. A mineralização de N foi monitorizada com uma técnica de uma
incubação in situ, que consistiu no enterramento de tubos de PVC diretamente contra o solo. Procedendo
a incubações sequenciais foi possível obter a mineralização líquida de N ao longo do tempo. No talhão de
tremoceiro atingiram-se os valores mais elevados de N mineralizado, com 73.0 kg N ha-1 acima da
modalidade vegetação natural sem fertilização. Os resultados da mistura de leguminosas pratenses foram
mais modestos com 30.8 kg N ha·' acima da testemunha. A adubação azotada provocou também um
estímulo na mineralização de N (mais 43.9 kg N ha·' que a testemunha), atribuído ao maior
desenvolvimento vegetativo da biomassa herbácea da estação de crescimento anterior que a seguir se
mineraliza e eventualmente ao efeito priming do fertilizante. O maior pico de mineralização ocorreu no
início do Outono, em particular no talhão do tremoceiro, sendo o pico de mineralização do início da
Primavera menos relevante. Este resultado levanta reservas quanto à eficiência de uso do N mineralizado
a partir da biomassa das leguminosas, uma vez que nesta estação a oportunidade de absorção radicular
pelas oliveiras é limitada, sendo elevado o potencial de perdas de N por lixiviação e desnitrificação.