Detalhes do Documento

Caraterização dos acidentes de trabalho nos hospitais do distrito de Bragança e...

Autor(es): Martins, Matilde cv logo 1 ; Barbiéri, Maria do Céu cv logo 2 ; Correia, Teresa cv logo 3

Data: 2012

Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10198/7684

Origem: Biblioteca Digital do IPB

Assunto(s): Acidentes de trabalho; Hospitais; Risco laboral


Descrição
O tipo de atividade profissional e as condições em que é desempenhada constituem dois factores determinantes de risco para a Saúde Ocupacional. O ambiente hospitalar é caraterizado pelo elevado número de riscos desde os físicos, os químicos, os biológicos aos psicossociais, que se potenciam afetando a saúde dos trabalhadores, tanto da prestação de cuidados diretos ao utente como os de serviços de apoio à prestação de cuidados, expondo-os a condições favoráveis à ocorrência de acidentes de trabalho. As últimas estatísticas do DRHS sobre acidentes de trabalho nas instituições de saúde, apontam para um aumento da incidência de acidentes, e consequentemente para o aumento do absentismo laboral e dos encargos que lhe são inerentes. Caraterizar os acidentes de trabalho nas unidades hospitalares do distrito de Bragança entre 2000 e 2010, descrever o perfil epidemiológico do acidentado e identificar as causas e consequências dos acidentes de trabalho. Estudo epidemiológico transversal retrospetivo referente ao período de 1 de Janeiro de 2000 e 31 de Dezembro de 2010. A informação foi obtida através do inquérito anónimo de notificação dos acidentes, referente a 453 trabalhadores. A recolha de dados foi realizada por uma das investigadoras após autorização do Conselho de Administração durante o mês de Janeiro de 2011 nos dias úteis entre as 9:00 e as 17:00 horas no serviço saúde ocupacional. No período do estudo foram notificados 453 acidentes. Em 2006 foi o ano onde se verificou maior notificação (17,4%). A maior prevalência verificou-se no género feminino (83,7%), no grupo profissional dos Técnicos Superiores de Saúde (61,0%), dos quais (50%) foi na categoria profissional dos enfermeiros, seguido dos Auxiliares de Acção Médica (26,9%), na faixa etária 40-99 anos (33,9%), com habilitações literárias de licenciatura (59,8%) e com menos do 9º ano de escolaridade (33,7%). Em trabalhadores com mais de 10 anos de tempo de serviço (77,1%), em regime de nomeação (88,8%) e a praticar horário por turnos (70,7%). O local com maior sinistralidade foi no internamento (40,7%), respondendo o serviço de medicina por 12,9% seguido do serviço de urgência (12,6%) e o bloco operatório (9,9%). Em média os acidentes ocorreram às 12,8 horas (s±4,7), à segunda-feira (18%), no mês de Novembro (11,0%) e no mês de Junho (9,7%), nos dois primeiros dias de trabalho após descanso semanal (55,5%) e entre a 1ª e a 3ª hora de trabalho (36,1%). As principais causas de acidente foram a picada de agulha (34,6%) e os esforços excessivos/movimentos inadequados (17,6%), o agente de lesão ferramentas/utensílios respondeu por (44,9%) seguido da mobilização de doentes (14,5%). Como principais consequências, observou-se (33,0%) dos acidentes resultaram em incapacidade e o nº de dias perdidos foi de 7 931, variando entre o mínimo de 1 e o máximo de 941, recaindo a média em 17,7 dias de trabalho por acidente. Os membros superiores foram os mais afetados (54,4%), respondendo as mãos por (47,1%) e as feridas foi a lesão mais frequente (43,4%) seguido dos entorses/distensões (21,4%). Os achados evidenciaram uma maior prevalência dos acidentes dentro do grupo dos técnicos superiores de saúde, especialmente o grupo profissional dos enfermeiros, possivelmente pela proximidade conferida pela assistência direta aos pacientes por parte destes técnicos. A picada de agulha foi a causa mais relevante, facto que está associado às características das atividades realizadas pelo grupo profissional dos enfermeiros, como preparação/administração de medicação, pesquisa de glicémia capilar, punções venosas, realização de pensos, entre outras. As consequências evidenciadas, como a parte do corpo mais atingida o tipo de lesão também nos remetem param as características das condições em que estas atividades profissionais são desempenhadas. Ressalta, assim, a importância de implementar medidas preventivas por meio de estratégias educativas e de revisão dos processos de trabalho por forma a minimizar os acidentes de trabalho bem como as consequências que lhe estão associadas. Igualmente importante é o acompanhamento e monitorização da situação de saúde dos trabalhadores dos hospitais através dos serviços de saúde ocupacional.
Tipo de Documento Documento de conferência
Idioma Português
delicious logo  facebook logo  linkedin logo  twitter logo 
degois logo
mendeley logo

Documentos Relacionados



    Financiadores do RCAAP

Fundação para a Ciência e a Tecnologia Universidade do Minho   Governo Português Ministério da Educação e Ciência Programa Operacional da Sociedade do Conhecimento União Europeia