Autor(es):
Alves, António Barbolo
; Ramos, Margarida Telo
; Carvalho, Ana Maria
Data: 2010
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10198/7380
Origem: Biblioteca Digital do IPB
Assunto(s): Fitonímia; Hiperonímia; Etnobotânica portuguesa; Património imaterial; Saber tradicional; Terra de Miranda
Descrição
A Terra de Miranda é bem conhecida pela especificidade de algumas manifestações
culturais ressaltando, como marca distintiva, a língua mirandesa. Um dos desafios que se coloca a todas as línguas é a forma como demonstram ser capazes de responder ao mundo, nomeando-o, dizendo-o, comunicando-o. Entre outras estratégias para vencer esse repto, destaca-se a hiperonímia, como um grande chapéu debaixo do qual cabem
muitas categorias. Por exemplo, a palavra “árvore” pode albergar toda a floresta sem se
referir a nenhuma árvore em concreto. Mas as línguas não se contentam com esta rede de malha larga. Cada uma constrói a sua própria teia, através da qual captam, separam, ordenam e filtram o seu mundo. É por isso que o universo muda também com a língua,
porquanto cada uma estrutura e separa de uma forma diferente o universo.
As designações tradicionais, nomeadamente os nomes comuns das plantas que crescem e são utilizadas na Terra de Miranda, constituem justamente um dos bastiões da língua mirandesa. Neste artigo, através de uma abordagem pluridisciplinar, procuraremos apresentar essas designações e a importância que elas têm para essas disciplinas, mostrando também alguns saberes, usos e costumes ligados a essas plantas.