Author(s):
Magalhães, Pedro M.
Date: 2000
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10198/5156
Origin: Biblioteca Digital do IPB
Subject(s): Exercício; Lesão muscular
Description
Dissertação apresentada à FCDEF-UP, com vista à obtenção do grau de Mestre em Ciências do Desporto na Área de Especialização de Desporto de Recreação e Lazer Os objectivos deste estudo foram: analisar as alterações hematológicas agudas induzidas por diferentes protocolos de exercício físico exaustivo e inabitual, bem como, avaliar a actividade dos neutrófilos sanguíneos após o exercício. A amostra foi constituída por 20 indivíduos do sexo masculino, não treinados, tendo sido divididos em dois grupos (n=10 cada). O grupo A (21,7±1,7 de idade) realizou um exercício de elevação de um haltere (70% de 1RM), realizando apenas força concêntrica; o grupo B (21,8±1,7 de idade) executou um exercício de abaixamento do haltere (70% de 1RM), realizando apenas força excêntrica. Foram medidas a sensação de desconforto muscular, o ângulo da articulação do cotovelo com o braço relaxado, o perímetro braquial, a FMIV, as concentrações plasmáticas de CK e de TGO - como indicadores de lesão muscular - e, ainda, o leucograma para a análise das alterações hematológicas agudas, assim como a lactoferrina para a avaliação indirecta da activação dos neutrófilos. Todas as avaliações foram realizadas nos momentos: pré-exercício, 0 horas, 1 hora, 3 horas, 24 horas, 48 horas e 72 horas após o exercício, com excepção do ângulo da articulação do cotovelo, do perímetro braquial e da TGO. O ângulo da articulação do cotovelo e o perímetro braquial foram avaliados nos momentos: pré-exercício, 0 horas, 24 horas, 48 horas e 72 horas e a TGO nos momentos pré-exercício, 24 horas, 48 horas e 72 horas. A observação dos sinais e sintomas de lesão muscular, sugerem ter ocorrido maiores índices de lesão muscular no grupo B, relativamente ao grupo A, tendo evidenciado uma maior percepção de desconforto muscular, um aumento mais pronunciado do perímetro braquial, uma maior actividade da CK e da TGO no plasma e uma diminuição mais acentuada da FMIV e do ângulo da articulação do cotovelo com o braço numa atitude relaxada, em quase todos os momentos pós-exercício do protocolo experimental. Foi ainda observado, no grupo B, uma maior concentração sanguínea de leucócitos, nomeadamente de neutrófilos, em relação ao grupo A, a partir de 1 hora após o exercício. Foi ainda observado em ambos os grupos, uma diminuição da concentração sanguínea de eritrócitos, de hemoglobina e do VCM, assim como um aumento da CHCM, sugerindo a elevação do volume plasmático, e a saída de água dos eritrócitos. Este facto pode também explicar, numa percentagem reduzida, a diminuição observada na concentração sanguínea de monócitos, linfócitos, eosinófilos e basófilos. O aumento mais acentuado da concentração plasmática de lactoferrina observado no grupo A, relativamente ao grupo B, em todos os momentos pós-exercício considerados (à excepção do momento 72 horas), demonstra uma maior activação sistémica dos neutrófilos no grupo A, contrastando com a menor manifestação dos indicadores indirectos de lesão muscular. Esta observação sugere que um aumento da concentração de neutrófilos no sangue, não significa necessariamente uma activação dos mesmos. Em conclusão, o exercício excêntrico, executado pelo grupo B, induziu uma maior intensidade de lesão muscular, uma maior elevação da concentração sanguínea de neutrófilos e uma menor actividade plasmática de lactoferrina.