Author(s):
Cardoso, Carolina 
; Cunha, Diana ; Magalhães, Gilberto ; Faria, Maria ; Pereira, Olívia R. ; Costa, Xavier
Date: 2014
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10198/10399
Origin: Biblioteca Digital do IPB
Subject(s): Suplementos e outras substâncias.; Desportistas; Exercício físico
Description
Ao longo dos tempos os praticantes de exercício físico têm usado substâncias artificiais para aumentarem o seu rendimento e assim conseguirem vantagem desportiva. (1) Um dos grandes problemas associado a estas substâncias, no nosso país, é o facto de a maioria ser comercializada fora do circuito dos produtos farmacêuticos, sem qualquer controlo por parte do INFARMED (2) enquanto no Brasil todos os suplementos estão sujeitos ao controle sanitário da ANVISA. (3) Para além disto, o uso destas substâncias ocorre, na maioria das vezes, sem a necessária orientação, como resultado das recomendações de colegas, treinadores, revistas, sites da internet. (4)
O presente estudo tem como propósito caracterizar o consumo de suplementos e outras substâncias em frequentadores de ginásios, em função de variáveis sociodemográficas, pessoais e práticas desportivas.
O estudo, de carácter transversal, descritivo e correlacional, usou como instrumento de recolha dos dados o questionário, que foi aplicado a 340 indivíduos utilizadores de ginásios de Pampulha - Belo Horizonte, Brasil e Bragança, Portugal.
De entre os inquiridos, podemos referir que 57,9% nunca consumiu nenhum suplemento ou outra substância como forma de manutenção da sua forma física enquanto 42,1% já consumiu ou consome, sendo que é no Brasil onde se observa um maior consumo (53,3%) quando comparado com Portugal (38,4%).
O género apresenta-se como uma variável com influência estatisticamente significativa (p-value < 0,001) em ambos os países, onde o sexo masculino lidera o consumo, sendo os homens do Brasil os que mais consomem suplementos ou outras substâncias (67,9%) (em Portugal representam 59,0%). Globalmente, os praticantes de musculação possuem uma maior percentagem de consumo de suplementos ou outras substâncias em relação às outras modalidades praticadas. Quanto aos suplementos/substâncias mais consumidas, em Portugal destacam-se as proteínas com 76,0% e no Brasil as bebidas energéticas com 79,2%
Pode observar-se ainda que 33,0% dos inquiridos não recebeu aconselhamento aquando da toma do suplemento ou substância, seguindo-se o aconselhamento por amigos/colegas (26,0%), verificando-se que apenas uma minoria procurou profissionais de farmácia (6,0%). Destaca-se ainda o desconhecimento da existência de consequências a longo prazo associadas ao consumo deste tipo de substâncias.
Globalmente, o presente estudo salienta uma elevada percentagem de consumo de suplementos ou outras substâncias associadas ao melhoramento da performance física pelo género masculino em idade jovem e que pratica musculação. O estudo apresenta-se como uma mais-valia para o conhecimento acerca do tema, uma vez que existe uma certa despreocupação em relação ao consumo deste tipo de substâncias.
