Autor(es):
Antunes, Sara Daniela Ferreira
Data: 2013
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10284/3906
Origem: Repositório Institucional - Universidade Fernando Pessoa
Descrição
Projeto de Pós-Graduação/Dissertação apresentado à Universidade Fernando Pessoa como parte dos requisitos para obtenção do grau de Mestre em Medicina Dentária As evoluções técnicas e científicas que se têm feito sentir em diversas áreas,
proporcionam uma melhoria das condições de vida da população e, consequentemente,
um aumento da esperança média de vida. Com o avançar da idade vêm as alterações
fisiopatológicas, orgânicas e mentais, que acarretam repercussões tanto para a saúde
geral como para a oral. Também com o avançar da idade aumenta o risco de
institucionalização. O grupo de idosos institucionalizados, geralmente, apresentam
desinteresse pela sua saúde oral, diminuição da acuidade visual e da destreza manual,
declínio cognitivo e pelo menos uma doença crónica, sendo normalmente os cuidadores
os responsáveis pela higiene oral diária destes. Os cuidadores recebem um mínimo, ou
até nenhuma, formação sobre como efetuar eficazmente a higiene oral a terceiros,
tornando-se, por estes motivos, necessário ter mais atenção na prestação dos cuidados
de saúde aos idosos institucionalizados, promovendo a saúde e prevenindo a doença e
aumentando o nível de conhecimento de saúde oral por parte dos cuidadores.
O objetivo deste estudo foi o de avaliar o estado de saúde oral em indivíduos
adultos institucionalizados no Concelho de Vagos e os conhecimentos dos cuidadores
dos mesmos.
O estudo foi composto por duas etapas:
A primeira fase foi composta por um estudo observacional transversal, em que foi
feita uma avaliação de saúde oral prévia e posteriormente à realização de uma formação
educativa no âmbito da promoção da saúde oral, dirigida a idosos utentes de centros de
dia e lares no concelho de Vagos. Nesta foram observados 283 indivíduos adultos,
voluntários dos quais 68,9% era do sexo feminino, com uma média (desvio padrão) de
idade de 76,2±15,6. Destes 56.2% reportou não realizar diariamente a higiene oral.
Relativamente à doença cárie apresentavam um valor médio (desvio padrão) de
22,1±7,2 dentes com experiência de cárie. Quanto ao estado dos tecidos periodontais
apenas 0,41% dos sextantes orais foram considerados normais (CPI=0). Em 33,5% dos
indivíduos verificava-se um qualquer tipo de reabilitação oral através de prótese
dentária.
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Na segunda fase do estudo realizou-se um estudo de intervenção comunitária
prospetivo, feito através de inquéritos realizados numa população de cuidadores de
idosos e funcionários nos respetivos lares e centros de dia do concelho de Vagos. Os
questionários foram aplicados antes e depois de ser realizada uma formação educacional
no âmbito da promoção de saúde oral. Participaram 140 cuidadores, com média (dp) de
idade de 42,9±11,4 anos. Destes 34,2% tinham experiência profissional superior a 10
anos e 34,3% frequentou até ao 9º ano de escolaridade. A higiene oral é indicada por
91,4% como principal fator de risco para a doença cárie e em 77,1% para a doença
periodontal aquando do 1º questionário. Após a formação, a higiene oral continua a ser
identificada como principal fator de risco da doença cárie e para a doença periodontal
mas agora com percentagens de 92,9% e de 93,6% respetivamente.
Foi realizada ainda uma pesquisa bibliográfica.
Pode-se concluir que a população de idosos apresenta elevada necessidade de
cuidados básicos de saúde oral, nos quais deverão ser incluídos fatores motivacionais
para a promoção da saúde e para a prevenção da doença e consequentemente promover
uma estrutura organizacional de Serviços de Saúde que encaminhe e acompanhe estas
necessidades, quer pela adequada utilização de recursos no âmbito de programas da
Saúde Pública existentes, quer pela valorização dos riscos de exposição a fatores de
risco comuns a outras patologias de foro não estomatológico.
Quanto aos cuidadores, este estudo de intervenção comunitária permite identificar
a literacia em saúde como um tipo de formação válida, no entanto, outros fatores como
os culturais ou educacionais podem contribuir para as alterações de comportamento face
à promoção da saúde oral junto de idosos institucionalizados. The technical and scientific developments that have been felt in several areas,
provide an improvement of living conditions of the population and, consequently, an
increase in life expectancy. With advancing age come pathophysiological changes,
organic and mental, which lead to consequences both for general health and for the oral.
Also with advancing age increases the risk of institutionalization. The group of
institutionalized elderly generally shows lack of interest in their oral health, decreased
visual acuity and manual dexterity, cognitive decline, and at least one chronic disease.
Usually caregivers are responsible for the daily oral hygiene of the elderly. Caregivers
receive a minimum or even no training on how to perform oral hygiene effectively to
others, and for these reasons, need more attention in the provision of health care to the
institutionalized elderly, promoting health and preventing disease and increasing level
of knowledge of oral health of caregivers.
The aim of this study was to evaluate the stage of oral health in institutionalized
adults in the county of Vagos and knowledge of caregivers.
The study consisted of two stages:
The first phase consisted of an observational cross, which was made an oral health
assessment previous and subsequent to the realization of an educational background in
promoting oral health, addressed the senior’s users of day centers and homes in the
county Vagos. This was observed 283 adults, volunteers, of which 68.9% were female,
with a mean (SD) age of 76.2 ± 15.6. Of these 56.2% reported not perform daily oral
hygiene. Regarding caries had a mean (standard deviation) of 22.1 ± 7.2 teeth with
caries experience. Concerning periodontal tissues only 0.41% of the oral sextants were
considered normal (CPI = 0). In 33.5% of the subjects there was some kind of oral
rehabilitation with dental prosthesis.
In the second phase of the study carried out a prospective study of community
intervention, done through surveys conducted in a population of elderly caregivers and
staff in their respective homes and day centers in the county of Vagos. The
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questionnaires were applied before and after be performed educational background in
promoting oral health. It had the participation of 140 caregivers, with a mean (SD) age
of 43.7 ± 10.4 years, and 34.3% experienced this activity for over 10 years, in 34.3%
educational studies went to the 9th grade. Oral hygiene was indicated by 91.4% as the
main risk factor for caries and by 77.1% for periodontal disease during the 1st
questionnaire. After training, oral hygiene continues to be identified as the main risk
factor for caries and periodontal disease but now with percentages of 92.9% and 93.6%
respectively.
It was also performed a literature search.
It can be concluded that the elderly population has a high need for basic oral
health care, which should include the motivational factors for the promotion of health
and for prevention of disease and consequently promote an organizational structure of
Health Services to transmit and track these needs, either by the proper use of resources
within existing Public Health programs, or the appreciation of the risks of exposure to
risk factors common to other pathologies of forum non Dental.
As caregivers, this study identifies community intervention health literacy as a
valid form of training, however, other factors such as cultural or educational can
contribute to changes in behavior towards oral health promotion with institutionalized
elderly.