Autor(es):
Carvalho, Ana Lúcia Vasques
Data: 2009
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10284/1034
Origem: Repositório Institucional - Universidade Fernando Pessoa
Descrição
Monografia apresentada à Universidade Fernando Pessoa para obtenção do grau Licenciada em Medicina Dentária. Face às várias evoluções inerentes às áreas de dentística e às diversas possibilidades de
organizações curriculares nas áreas de graduação em Medicina Dentária é da maior
importância analisar os resultados dos tratamentos restauradores realizados nas populações que usufruem de cuidados de saúde oral em clínicas universitárias. Este estudo transversal retrospectivo foi realizado através da recolha de dados das fichas de dentística da clínica da Universidade Fernando Pessoa e teve como objectivos principais descrever e caracterizar a
população alvo, determinar a experiência de cárie dentária, a prevalência de lesões não
cariosas e caracterizar os tipos de tratamentos restauradores directos efectuados. A amostra foi constituída por 1005 processos de pacientes. Destes, 61,8% e 38, 2% correspondem a indivíduos dos géneros feminino e masculino, respectivamente. A maioria dos pacientes (51,2%) apresenta idades entre os 31 e 60 anos, sendo que a idade média dos indivíduos de 37,7 anos. Os pacientes residem maioritariamente na região do Porto e de Vila nova de Gaia. O motivo que levou mais pacientes à consulta de dentística foi o tratamento de lesões
cariosas (34,3%). Um número significativo de indivíduos (45,9%) não têm patologias sistémicas nem faz farmacoterapias. A média geral do índice de CPOD foi de 16,5 não
sendo significativamente diferente do género nem da localidade dos pacientes, apenas varia
significativamente conforme a faixa etária. A maxila comparativamente com a mandíbula
apresentou uma maior prevalência de dentes cariados, perdidos, obturados, cáries
recidivantes, extracções indicadas e ausentes sendo os dentes posteriores os mais
afectados. A maioria das cáries são activas e em relação ao grau de estrutura afectada
59,0% são lesões superficiais, 88,7% médias e 95,2% são profundas. O tipo de lesões não
cariosas mais frequente foi a atrição (29.5%). O estado de higiene oral dos indivíduos não é independente do género, sendo que as mulheres apresentam higiene oral boa em maior percentagem (67,1%) que os homens (32,9%). O grau de risco para a cárie dentária foi mais elevado no género feminino e na faixa etária entre os 31 e os 60 anos, não sendo independente da idade. O prognóstico geral dos indivíduos foi bom (52,6%), sendo que os indivíduos do género feminino apresentaram uma percentagem superior de prognóstico bom. Os tratamentos mais realizados foram definitivos (86,0%) e o material mais usado foi o compósito (76,5%).